sábado, 12 de março de 2011

Nu

Ao contrário do senhor, eu fui visto nos últimos dias, mas tal qual o senhor, não estive presente. Era apenas um vulto que aparecia e desaparecia sem mais.

Se estava vestido? A nudez é muito mais poética. Pergunta-me se alijei dos trapos em nome do amor.

Respondo que sim, seguirei orgulhoso, com a manta dos olhares desejosos, desdenhosos, ou desairosos, que me cobrirão.

Hão de gritar "O REI ESTÁ NU!" e ainda assim terá sido um julgamento falho. Lá não haverá nenhum rei. Quando se derem conta disso, perceberão que estavam nus, eles também. Não de suas vestes, mas de seus pensamentos, preconceitos, pudores e ardores indizíveis.

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