terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Condor

desconhecidos.
quem eleição?

cantores, atores, doutores, pastores.
marcado gado, ou ovelhas com dores?
condensendente, doce... multidão.
leite condensado feito em leito amargo

putas de uníssonas vozes,
sem receber o ordenado
sonham sair do embargo
com ajuda de seus algozes.

domingo, 17 de outubro de 2010

Quatro Cantos



Use e abuse da sua voz
Solte ela entro nós
Para ensurdecer seu pranto
Libertando-se do espanto
De ouvir sua própria voz

Quando a sós, você canta
Segurando na garganta
Poesia e canção
Dentro do seu peito, um samba
E se junta a uma rede
Que sai do seu coração

Use e abuse da sua voz
Solte ela entro nós
Para ensurdecer seu pranto
Libertando-se do espanto
De ouvir sua própria voz

Num canto da sua mente
Há um canto em dó maior
Pronto para despertar
Falando suavemente
Nunca é o tempo do quando
O som dominando o ar

E o som ao ver o sol
Sente sono e sonha então
Como encantamento some
Em silêncio, mudo e são

Use e abuse da sua voz
Solte ela entro nós
Para ensurdecer seu pranto
Libertando-se do espanto
De ouvir sua própria voz

Use e abuse da sua voz
Solte ela entro nós
Para ensurdecer seu pranto
Libertando-se do espanto
De ouvir sua própria voz

domingo, 3 de outubro de 2010

Desencadeiamento



Anos de chumbo na minha cadeira
Que já não vão voltar
Música ao fundo embala a caveira
Morta ao som do olhar
Silencioso, de adeus, nunca mais
Sem mais viver, sem mais sonhar
Anos de chumbo, lembranças distantes
Salgadas pelo mar

Um rosto assim disforme
Pelo tempo, pelo jantar
Macabro da natureza
Faz da vida um jogo de azar
Mas a distância, se é verdadeira
Mais verdade é o amar
Senhora caveira traga a mesa de chumbo
Pro meu amor jantar

Dizem os chumbos da minha cadeia
Que já não vou voltar
Música ao fundo da minha cabeça
Vendo a morte dançar
Silencioso, a Deus vou atrás
Com mais viver, com mais sonhar
Angustia ao mundo, lembranças de antes
Lavadas pelo mar

Um rosto então disforme
Agora perto do seu par
Ofusca tanta beleza
Faz o chumbo se transformar
Já não há cela, já não há cadeira
Nem mesa, nem jantar
Mande ao mundo lembranças de antes
E a alma a acenar

Desencadeiamento



Anos de chumbo na minha cadeira
Que já não vão voltar
Música ao fundo embala a caveira
Morta ao som do olhar
Silencioso, de adeus, nunca mais
Sem mais viver, sem mais sonhar
Anos de chumbo, lembranças distantes
Salgadas pelo mar

Um rosto assim disforme
Pelo tempo, pelo jantar
Macabro da natureza
Faz da vida um jogo de azar
Mas a distância, se é verdadeira
Mais verdade é o amar
Senhora caveira traga a mesa de chumbo
Pro meu amor jantar

Dizem os chumbos da minha cadeia
Que já não vou voltar
Música ao fundo da minha cabeça
Vendo a morte dançar
Silencioso, a Deus vou atrás
Com mais viver, com mais sonhar
Angustia ao mundo, lembranças de antes
Lavadas pelo mar

Um rosto então disforme
Agora perto do seu par
Ofusca tanta beleza
Faz o chumbo se transformar
Já não há cela, já não há cadeira
Nem mesa, nem jantar
Mande ao mundo lembranças de antes
E a alma a acenar

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Chinelo e o amarelo

Buscando novos amores
Cada passo, um delírio
Passo a passo, peço espaço

Transito entre carros intransigentes
Me atiro destro e desvio valente
Vadio e vidente
Fujo e feito

Chuva

Cores

Estrépito

Blasfemo e ergo o rosto rubro e marrom entre ais
Lacônico, limpo a lama
Esperando a esmo
Rumores ao redor
Gânglios

Inexorável qual aço
Pouco posso ante o lírio
Escorreguei no chão de flores

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Agora

Só existe o agora
Digo e repito um milhão de vezes

Mas então te digo: Por hora,
marquemos o agora pra daqui 3 meses.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Poema para Vanessa

Contrariando o dia,
À penumbra da noite
Ignora todo o sol,
O coração

Que no ar condicionado
Não vê condições de ar
E no decorrer da tarde.
Tarda

Mas logo a noite cai
Pra iluminar o peito.
Sol é a própria poesia.
Arda.

Nó da gravata não aperta
Mais do que o nó da garganta.
Quando chegar outro dia.
Mas hoje, não.

domingo, 18 de julho de 2010

Ode casta

Não se remoa, rapaz.
Não roa os restos de unhas.
A raiz de seus rancores
Remonta velhos pudores.

Valores truncam canções.
Moral, mortalha maior,
Que amarra junto com o metro
E estraga o traço escritor.

Esplêndida é a manhã de amanhã.
Estende sua luz a nós.
Espelhos de sons e sonhos
Espalham insanas sementes sãs.

Passado, pensado, passou pesado pelo poço posto no pasto onde pasto a cada dia.
Com ele me aceito e assumo o sábio semblante convicto da safadeza humana. Que bom. Amém.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Poesia de Merda

Tempo de eleição

No pal co
Candidato ator

Pal no co
Do bom cidadão

terça-feira, 13 de julho de 2010

amor humilde

fatigado da existência
de uma cólera pulsante
que me faz pensante
e me fere a alma
só com coisas que concordo
e abomino.

e que fere a consciência
desse aprendiz de errante.
então procuro minha calma
mas sou desorganizado,
ansioso, perturbado
e menino.

só que tenho paciência
já conheço meu amor
sei que é domesticado,
mal-amado, conturbado,
também sei que é como eu,
pequenino.

domingo, 11 de julho de 2010

Escrito em 26/03/2007

Talvez queira estar ao meu lado
Ainda saiba que eu te espero
Também veja, não sou um Homero
Antes fosse, sou apaixonado

Vem do peito um fogo incontrolável
Outra maneira de me consumir
Como consome, tenho que assumir
Esta tristeza ainda palatável

Agora, será que não vale a pena
Mudar e aceitar o namoro
Assim nos permitindo o amar?

Não me abandone então, pequena
Eu sofrerei, mas não quero choro
Lagrimas não me fazem te tocar.

Meu HD queimou

De fato as fotos se foram.
As frases, efeitos já feitos,
Fugiram, fez-se fragmentos.
Feições fadadas ao afastamento,
Fazendo o fim de uma fase feliz.

Formatação falha,
Fica o afeto

(27/07/2007)

sábado, 10 de julho de 2010

Dos sonhos que não se tocam

Estou aqui debilitado.
E só penso em, talvez,
em um dia entendiado
te deitar na minha cama
e não falar de amor,
e não pensar em nós.
Estando feliz e aflito
observarei de longe

Os dois.
E o infinito.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Redondilha muito menor

A marca no dedo
Do tempo, do sol.
Os olhos vermelhos
Opacos, insones.
O peito esgotado
Repleto de som
Que quer escapar
Mas fica por medo.

As pernas que tremem
Sem forças, sem chão
As mãos que se afastam
A um palmo do adeus
Sorrisos guardados
Sem brilho, sem paz
Que querem escapar
Mas ficam, pois temem

A fé no futuro
É passado, perdida
A vida conjunta
Não vive então
E os beijos roubados
Transpirando amor
Já não vão se dar
De cima do muro

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Soneto da Castidade

Tu és tão bela e dócil minha jovem
Que não poderia nunca propor
Pra me olhar como quem olha um homem
Pra ficar quieta e aprender amor

Esse punhal chama-se castidade
Que é afiado em seu hímen fechado
Fere-me o peito, e mata, e abate
Faz-me carrasco de sêmen guardado

Mas se tão pura e bela você é
Pode ser que seja sempre uma musa
Mas sem forças pra ser uma mulher

E agora, sem ti, perdido estou
Ou aceitará viver como quer
Ou aceitará sofrer por amor

Casamento planejado

Todo mundo acha bonito
Que a paixão nasça sozinha
Precisa plantar, senão
Vai nascer erva daninha

Tó caqui Dona Júlia!

Só eu sei que a dona Julia
Nada ama seu marido
Ela, quando ele sai,
Me dá o fruto proibido

Dona Julia muito arteira
É a mais rápida que vi
Sempre estou com água na boca
Quando fala ‘tó caqui!’

Dona Julia, quintadeira
Vou comer antes que perca
Enquanto ela está madura
Dá igual chuchu na cerca

domingo, 4 de julho de 2010

Ensaio sobre Ela

As inteligentes me assustam
As bobas me infernizam
As bonitas me afastam
As feias me repelem

As legais são amigas
As doces são tão raras
As fúteis não me querem
As fáceis não me agradam

As difíceis eu conquisto
As alegres, observo
As tristes, homenageio
As fortes; tenho medo

As fracas; tenho nojo
As lindas não são elas
As excitantes; misteriosas

As chatas são perfeitas

domingo, 27 de junho de 2010

Alegra-te hoje

alegra-te hoje
o sol nasceu
e o mundo sorriu
o mau tempo acabou
e tudo passou
nao esta tao bom
mas não piorou

alegra-te hoje
pois nao somos os mesmos
o caminho mudou
nossa voz engrossou
nosso seio cresceu
e iremos viver
e também entender
que nem tudo é nosso
que nem tudo é belo
que nem tudo é fato
e que não há prazer

alegra-te hoje
pois ainda nascem os velhos
ainda morrem bebes
e ainda criamos sonhos
e cultivamos promessas
que se tornam raízes
mas que morrem um dia
mas que morrem felizes
sem confeitaria
sem acontecer

alegra-te hoje
que a sua lagrima salgada
tem um recurso de saudade
e que lapida o sentimento
em busca da bruta pedra
que chamamos de amor

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Beleza Leviana

Estou oco, vazio
Não consigo compor
Não farei crises brilhantes
Não sei mais viver o amor

Estou seco e hirto
Versos duros, com cadência, sem paixão
Só vim aqui, digo e repetirei
Para uma constatação:

Não sinto falta de amigos,
Nem de sorrisos, nem de momentos
Eu quero a chaga, o castigo,
A beleza dos sofrimentos

Venho, por meio desta
Repetir a observação
Procuro dores gratuitas, o tumor de uma paixão,
A antítese da cura, que de tão seca e dura
Brotará em evolução

Sem histórias belas.
Sem juízo de valor.
Não quero amores fáceis.
Não quero o torpor.
Não quero o infértil.
Não quero a libido.
Não acho graça na loucura, tampouco no proibido.

Ando sorrindo muito e ando tendo muito prazer
Não conhecerá a dor do outro
Quem não amar o seu sofrer

Ou quem não descobrir sozinho
Sem muletas, sem temer
A beleza leviana
Dos que morrem pra viver

terça-feira, 22 de junho de 2010

Na margem

A solidão
Deve ser o único caminho
É muito difícil encontrar
Quem evolua mais com o outro do que sozinho

Enquanto isso, dou risada
E tento sorrir (ou acreditar) em alguém
Acredito que possa ser essa a melhor forma
De me distrair enquanto a nossa morte não vem

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Insônia subornada

Com suborno de café
Consegui a minha insônia
E que foi minha mulher
Numa noite em Borgonha

Eu senti seu acalanto
De mulher que não tem dono
Abanando as qualidades
Que gerou teu abandono

Eu ali, tão menos só
Pra somente contemplar
O escuro que rodeia
A quem brinca de pensar

E me fez sentir mais homem
Solitário em minha fé
Consegui a minha insônia
Com suborno de café

Constatação

Um amor tão lamentável
quanto esse eu nunca vi

É um amor de bicho morto
Dos que nunca vai dar certo
Dos que não nos traz conforto
Que nos deixa noite adentro

Solitário e incerto

(Com a contribuição do Estevão)

sábado, 29 de maio de 2010

Câncer

Um amor maior que o meu
É impossível de se achar
Ele vem tão sorrateiro
Tão discreto, tão certeiro
É um bicho perdigueiro
Que está sempre a me matar

Ele finge-se ilusão
E se finge de tormenta
Me aumenta a solidão
E me traz a sensação
Talvez sim, talvez mais não
Que quanto menor, aumenta

Ele murcha todo dia
Toda noite ele dilata
A chaga no sonho me encontra
E me diz que já esta pronta
E que essa vida (tonta!)
Algum dia ainda me mata

Progressão

Um acorde em dó
Que faço a ti
Me faz mais lá
Que o dó, ré, mi

É muito sol
Que faz pra lá
Dar ré na vida
É brincar com a escala